16 de outubro de 2009

Wall-e um lirico no auge do consumismo!


Um robozinho amarelo com a missão de limpar o planeta Terra da sujeira deixada pela raça humana. Esse é Wall-e, uma criaturinha simpática, fofa, eficiente, dedicada em seu trabalho e acima de tudo deslumbrada. E é esse deslumbramento que faz desse personagem singelo uma fantástica criação de Andrew Stanton.

Ao se surpreender diante de cada nova descoberta de cada novo objeto achado, o antes automato catador de lixo vai ganhado uma personalidade de causar inveja a muito Humano por ai. Para Wall-e tudo é novidade, todo objeto, por mais simples que seja, é a porta para um novo mundo. Vendo o universo com os olhos de uma criança -ou de alguém que está ou esteve próximo a morte- o pequeno andróide amarelo nunca cai na rotina, nuca se deixa vencer pela mesmice que é catar e compactar todo aquele monte de lixo humano.

É esse espírito de renovação -essa rebeldia- que faz o nosso herói ultrapassar a barreira de sua programação mecanicista e alçar vôos mais altos. Rompendo as correntes que o amarram a sua repetitiva tarefa, o simpático robozinho ganha a capacidade de criar, de sentir, de alterar o mundo a sua volta e também o seu universo interior. Ver a beleza em um velho filme, criar um brinquedo a partir de uma batedor de ovos ou mesmo cultivar laços de amizade com uma barata são tarefas que só podem ser executadas por alguém capaz de enxergar além do que se vê. E ele consegue enxergar mais do que um monte de lixo, podemos dizer que ele não vê um monte de lixo, mas sim um monte de oportunidades, de novidades, curiosidades e mistérios interessantíssimos prontos para serem descobertos.

Já nós Humanos, que tivemos uma infância tão criativa, cheia de descobertas, chegamos a um ponto de nossas vidas onde não vemos mais novidades. É um dado momento onde a rotina é o que ocupa lugar na nossa retina, onde as novidades, por mais que se joguem aos nossos pés, nos passam desapercebidas. Escolhemos o mecanicismo, escolhemos um padrão que nos faz sobreviver mas nos tira todos os meios de viver. É o triunfo do produzir-consumir-destruir sobre o respirar-inspirar-transpirar.

Que vontade de resgatar a infâcia, de poder novamente deslumbrar-se com cada pequeno detalhe desse vasto universo. Imaginar novos mundos, desbravar os mistérios mágicos de um anel de plástico ou simplismente rir inocentemente do barulho de um pum. Na verdade essa vontade humana é a vontade de se libertar das amarras mecanicistas que a própria humanidade se impôs. Autômatos foi o que escolhemos ser, e talvez por isso tenhamos de fazer enormes esforços para deslumbrar, um pouquinho que seja, a iluminação que é o criar vindo da inocência.

Tomara que esse robozinho amarelo nos sirva de lição...

2 comentários:

Unknown disse...

quero um desse pra mim! *-*
pra admirar e aprender com ele =)

Anônimo disse...

'...que só podem ser executadas por alguém capaz de enxergar além do que se vê.'
Isso me lembra... 'é preciso força pra sonhar e perceber...'

Parece realmente fofo e extremamente criativo, esse Wall-e. Fiquei até com muita vontade de conhecê-lo [e ser um pouquinho como ele].



bjo, bjo, bjo...


obs.: ele, certamente, seria um changelling, se não fosse um robô. XD